JORNAL ONLINE A
LÍNGUA EM FOCO
1ª Edição 05 de Maio de
2014 Boa Vista - RR
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Problemas de saúde
afastam professores da escola
Estresse, dor nas costas, distúrbios vocais. Estes são os
principais fatores que levam os professores a pedir afastamento da sala de aula
O trabalho tem um papel central na vida das pessoas, podendo
contribuir tanto para a melhoria da qualidade de vida quanto para o
desenvolvimento de doenças. Muitas categorias profissionais têm sido alvo de
estudos para diversos pesquisadores, entre elas, encontram-se os professores,
que desde a década de 80 vêm, de forma mais acentuada, apresentando sinais de
adoecimento. As causas são, em sua maioria, as mesmas: distúrbios vocais,
estresse, dor nas costas e esgotamento mental e físico.
Cerca de 22,6% dos professores pediram afastamento por
licenças-médicas de acordo com a pesquisa Identidade Expropriada – Retrato do
Educador Brasileiro realizada
pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em 2003. “Isso
causa um desfalque no sistema e é um problema difícil de controlar”, explicou a
secretária de Finanças do CNTE, Juçara Dutra. Ela ressaltou que cada
licença-médica significa, em média, cerca de três meses fora da sala de aula.
Com 250 mil professores, o Estado de São Paulo tem a maior rede
de ensino público do país e registra aproximadamente 30 mil faltas por dia. Só
em 2006, foram quase 140 mil licenças médicas, com duração média de 33 dias. O
custo anual para o governo estadual chega a R$ 235 milhões. O cenário é o mesmo
em centros metropolitanos menores. Nas escolas públicas do Distrito Federal,
por exemplo, quase metade (46%) dos professores precisa pedir licença médica
durante o ano letivo.
Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina,
Osnyr Batista atribui o percentual excessivo de professores adoecidos à falta
de reconhecimento da profissão. Em 2005, o especialista realizou uma
radiografia da situação de trabalho dos professores catarinenses e descobriu
que 15 mil professores, de um total de 40 mil, ficaram afastados por licença.
Segundo Batista, a primeira suspeita era de que isso seria
decorrente dos baixos salários, mas, na verdade, ele descobriu que as
principais causas de afastamentos são as condições inadequadas de trabalho. “Há
uma cobrança muito grande da sociedade com relação aos professores, mas, ao
mesmo tempo, eles não são valorizados como deveriam ser e quando percebem isso,
adoecem”, explicou. (Renata Chamarelli)
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Lousa digital, carteiras eletrônicas e animações em 3D: ferramentas da escola do futuro
No
quadro negro, as imagens se movimentam com o toque das mãos. Nas tradicionais
carteiras, além de cadernos e lápis, as crianças podem acessar a internet. A
cena que parece ser de um filme de ficção científica está mais real do que se
imagina. Essas e várias outras tecnologias já estão sendo utilizadas em escolas
brasileiras.
Em
Pelotas (RS), a Escola de Ensino Fundamental e Médio Mário Quintana já aderiu
às lousas digitais desde junho do ano passado. Segundo a professora de língua
portuguesa da escola, Thaís de Almeida Rochefort, a ferramenta permitiu que os
alunos dessem “vida aos conhecimentos”. “Assuntos antes tratados de maneira
menos interativa, agora fazem com que os alunos se sintam parte deles,
co-autores”, explica.
Ela e
outros professores têm recebido treinamentos constantes para se adaptar à nova
tecnologia. “A cada aula descobrimos novas possibilidades de tornar a escola
mais próxima e significativa”, conta, ao ressaltar que a reação dos alunos não
poderia ser mais positiva.
Um
exemplo de programa que pode ser utilizado na lousa digital é o software em
três dimensões. Com ele, os professores podem elaborar aulas interativas,
revelando o interior de uma célula, o relevo de um mapa, ou até mesmo os
músculos do corpo humano. Basta, por exemplo, tocar o dedo na tela para o
sistema solar aparecer e se movimentar.
Desenvolvido
pela empresa P3D, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Centro Incubador de
Empresas Tecnológicas (Cietec), o software já está sendo utilizado em 200
escolas privadas e 30 públicas no Brasil. O programa não tem texto, nem guia de
voz, somente imagens de grande qualidade gráfica. Segundo a professora Jane
Vieira, executiva da P3D, esta característica é uma vantagem porque as imagens
podem ser usadas com qualquer material didático, independentemente de
filosofia, pedagogia e didática. Jane Vieira garante que em breve o instrumento
será oferecido em software livre, o que permitirá que todas as escolas utilizem
gratuitamente.
Já no
município de Serrana (SP), cidade próxima a Ribeirão Preto, as carteiras
eletrônicas são a novidade. Conhecidas como Lap Tup-niquim, elas dispõem de uma
tela sensível a toques, sobre a qual se pode escrever, fazer desenhos ou
equações. O tampo pode ser levantado, e abaixo dele fica um teclado, caso seja
necessário digitar. A CPU do computador fica acoplada embaixo da carteira.
Desenvolvidas
em parceria pelo Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra), de Campinas,
instituição do Ministério da Ciência e Tecnologia, e pela Associação Brasileira
de Informática (Abinfo), empresa abrigada na Companhia de Desenvolvimento do
Pólo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec), cerca de 300 carteiras
eletrônicas já estão sendo utilizadas na Escola Municipal Maria Celina. De
acordo com Victor Mammana, idealizador do projeto, o diferencial da carteira é
justamente a superfície de interação. “Como diz Bill Gates, a próxima revolução
não será de conteúdo nem da forma de apresentá-lo, mas, sim, da maneira como o
corpo humano irá interagir com a tecnologia”, afirma. O projeto tem apoio da
Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação.
(Renata
Chamarelli)
" O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Fernando Pessoa (1888-1935), poeta português. |
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terça-feira, 6 de maio de 2014
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